Estudar para vivenciar com segurança o trabalho que renova a forma de ser e de progredir do Espírito.
Ninguém é capaz de trabalhar na Seara do Mestre sem o cuidado e o conhecimento.
EURÍPEDES BARSANULFO. Frases de Eurípedes
CAPÍTULO I - FORMAÇÃO DE FORMADORES ESPÍRITAS
Amai-vos e instruí-vos.
(Mandamento dado a Allan Kardec pelo Espírito Verdade)
O Aprendizado Espírita é resultado da prática pessoal e da visão do autor quanto ao estudo, ao ensino e à divulgação do Espiritismo, e objetiva compartilhar textos, apresentações, técnicas, ferramentas, informações e referências sobre livros, cursos e sites para quem quer aprender a Doutrina Espírita e/ou divulgá-la por meio de reuniões de estudo, palestras ou textos didáticos.
Este site foi concebido e estruturado segundo o que o autor entende por Saber Doutrinário Espírita, qual seja
Conjunto das informações e do conhecimento, das experiências e das práticas, dos procedimentos e das técnicas acumulado pelos adeptos do Espiritismo no aprendizado teórico e na aplicação prática dos postulados de sua crença.
Para saber mais sobre o conceito de
Antônio Carlos Guimarães
CAPÍTULO I - FORMAÇÃO DE FORMADORES ESPÍRITAS
Forma-se-iam oradores encarregados de propagar externamente o ensinamento espírita ou de visitar outros centros.
ALLAN KARDEC, Projeto de Comunidade Espirita, Revue Spirite, jan/1907)
O Saber Doutrinário Espírita, como está no esquema abaixo [Fig. 2], é o saber que precisa ser apreendido pelos adeptos do Espiritismo, sendo essa a missão essencial das instituições espíritas, isto é:
[Fig. 1]
Os instrumentos tradicionais desse aprendizado nas instituições espíritas, como sabemos, são as palestras públicas, o estudo sistematizado, a biblioteca, o livro e o incentivo ao estudo pessoal por parte do adepto.
Ora, essas atividades requerem trabalhadores com certas competências [conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes], sejam eles atendentes, evangelizadores ou expositores. E esses, por sua vez, precisam ser preparados para o exercício dessas tarefas, quer dizer, é preciso que pessoas com mais preparo e experiência, sejam multiplicadores de técnicas, recursos e instrumentos de ensino, aprendizagem, documentação e pesquisa.
Esses últimos são os formadores, que também precisam de determinadas competências para disseminar técnicas de oratória, exposição e apresentação em público, trabalhos em grupo, preparação de materiais didáticos, instrutoria, tutoria on-line, gestão da informação e do conhecimento, metodologia científica.
É disso, entre outros temas correlatos, que cuida esta Seção FORMAÇÃO DE FORMADORES ESPÍRITAS: prepararação de pessoas — formadores — que possam formar outras pessoas — atendentes, evangelizadores, monitores, tutores, expositores — para o pleno exercício das funções de disseminação do Saber Doutrinário Espírita.
[Fig. 2]
Fazer adeptos esclarecidos, capazes de propagar as ideias espiritas
Fonte: Kardecpedia (aqui)
Projeto de Comunidade Espirita, por Allan Kardec
Conheça um curioso projeto de Allan Kardec, de 1862, divulgado na Revue Spirite de 1o. de Janeiro de 1907, e reproduzido pela revista Reformador de fevereiro de 1978, págs. 56/58, da FEB.
Veja (aqui)
O mais urgente seria haver um local convenientemente situado e disposto para as sessões e as recepções. Sem dar-lhes um luxo inútil e mal cabido, conviria, no entanto, tê-lo bem disposto, de modo que as pessoas de distinção, que aí viessem, não sentissem constrangimento. Além do meu cômodo particular, deveria ele compreender:
1. Uma grande sala para as sessões da Sociedade e para as grandes reuniões;
2. Um salão de recepções;
3. Uma peça para evocações particulares, espécie de santuário nunca profanado por outras ocupações;
4. Um escritório para a Revista, arquivo e negócios da Sociedade.
Cada coisa disposta comodamente, conforme o seu destino.
Haveria mais uma biblioteca composta de todas as obras e escritos periódicos franceses e estrangeiros, antigos e modernos, acerca do Espiritismo.
O salão das recepções estaria aberto todos os dias, a certas horas, para os membros da Sociedade, que quisessem vir conversar e ler os jornais ou consultar o arquivo ou a biblioteca. Os adeptos estrangeiros, de passagem por Paris, e apresentados por um sócio, ali seriam recebidos. Uma correspondência regular seria estabelecida com os diversos centros de França e do estrangeiro.
O estabelecimento seria servido por um secretário e outro funcionário para os serviços gerais de escritório.
ALLAN KARDEC, Obras Póstumas, Segunda Parte
Dois ou três meses do ano seriam consagrados a visitas aos diversos centros para imprimir-lhes uma boa direção. Se os recursos permitissem, votar-se-iam fundos para certo número de viagens a missionários esclarecidos e de talento, que se encarregassem de espalhar a doutrina.
Uma organização completa e a assistência de auxiliares remunerados com quem eu pudesse contar, dispensando-me de uma multidão de ocupações e de preocupações materiais, deixar-me-iam o preciso lazer para ativar os trabalhos, que me incumbem, aos quais, nas atuais condições, não posso dedicar, tão assiduamente quanto é preciso, o tempo que me falta e as forças físicas, que me falecem.
Se porventura me fosse dado realizar este projeto, em cuja execução me seria preciso conservar a mesma prudência, que tenho tido desde o passado até hoje, é fora de dúvida que alguns anos bastariam para fazer adiantar de séculos a doutrina espírita.
ALLAN KARDEC, Obras Póstumas, Segunda Parte
Somos obrigados, a contragosto, a entrar em considerações sobre coisas de ordem material para chegar a um fim todo espiritual. Convém entretanto notar que a mesma espiritualidade da obra se prende à questão da humanidade terrestre e do seu bem-estar; que não se trata somente da emissão de algumas idéias filosóficas, mas de fundar alguma coisa positiva e durável, para a extensão e consolidação da Doutrina, convindo empregar os meios apropriados para que ela produza os frutos esperados. Supor que estamos no tempo em que alguns apóstolos podiam por-se a caminho com o seu bordão de viagem, sem cogitar do pouso e do pão cotidiano, seria uma ilusão cedo transformada em amargo desengano.
Para fazer coisa séria, é preciso que nos submetamos às necessidades impostas pelos costumes da época em que vivemos as quais são bem diversas das necessidades dos tempos patriarcais. O próprio interesse do Espiritismo exige, portanto, que se calculem os meios de ação, para não pararmos no caminho. Calculemos pois, uma vez que vivemos num século de algarismos.
São bem numerosas as atribuições da comissão central para atender às necessidades de uma boa administração. Tendo cada membro funções ativas e assíduas, ainda que todos fossem dotados de boa vontade, poderia sofrer o serviço, porque nenhum teria o direito de increpar os negligentes.
Para a regularidade dos trabalhos e boa expedição dos negócios, é preciso contar com a assiduidade dos incumbidos deles e que as funções não sejam simples atos de complacência. Quanto mais independentes, por seus recursos pessoais, menos se ateriam a ocupação assídua, e quando não tenham recursos, não lhes podem dar seu tempo.
É preciso portanto que sejam retribuídos, assim como todo o pessoal administrativo. Assim a Doutrina ganhará força, estabilidade e pontualidade e, ao mesmo tempo, dará serviços a pessoas, que precisavam encontrá-los para acudir às necessidades da existência.
Um ponto essencial na economia de toda a administração previdente é que a sua existência não fique dependente de eventualidades, que podem falhar; mas de recursos certos, regulares, de maneira que a sua marcha não sofra embaraços, haja o que houver. É preciso pois que as pessoas, de cujo concuso há mister, não tenham que se preocupar com o futuro. Ora, a experiência demonstra que devem ser reputados aleatórios os recursos, que não procedem senão de cotizações facultativas, quaisquer que sejam os compromissos, além de serem de difícil cobrança. Contar com recursos eventuais para despesas permanentes e indeclináveis é falta de previdência, que um dia trará dissabores.
São menos graves as conseqüências, quando se trata de fundações temporárias para durarem quanto for possível: em nosso caso porém é questão de futuro. A sorte de uma administração, como esta, não pode ser entregue aos azares de uma empresa comercial. Ela deve ser, desde o princípio, senão tão florescente, pelo menos tão estável, quanto o será daqui a um século. Quanto mais sólida for a sua base, menos exposta ficará aos botes da intriga. Neste caso, a mais vulgar prudência exige que se capitalizem inalienavelmente os recursos, que se obtiverem, a fim de ter-se uma renda perpétua, ao abrigo de eventualidades.
Regulando-se a despesa pela renda, a administração não pode, em caso algum, comprometer a sua existência, pois que terá sempre os meios de funcionar. Pode começar em pequena escala; os membros da comissão podem ser reduzidos a cinco ou seis, e ao mínimo o pessoal e as despesas da administração. Com o aumento da renda, terá tudo progressivamente o conveniente desenvolvimento.
Para ir preparando essa organização, temos consagrado, até hoje, o produto de nossos trabalhos como acima dissemos. Se os nossos meios pessoais não nos permitirem mais, fica-nos ao menos, a satisfação de ter lançado a primeira pedra.
Suponhamos pois que, por um meio qualquer, a comissão central consiga dentro dum prazo determinado os recursos para funcionar, o que pressupõe um rendimento fixo de 25 a 30 mil francos; desde que no começo se imponham as devidas restrições, os recursos de várias natureza, que há de vir a dispor em capitais e produtos eventuais, constituirão a Caixa Geral do Espiritismo, que ficará sujeita a uma contabilidade rigorosa. Estando reguladas as despesas obrigatórias, o excedente do rendimento aumentará o fundo comum; proporcionalmente aos recursos desse fundo é que a comissão subsidiará as diversas despesas úteis ao desenvolvimento da Doutrina, sem que jamais seja transformado, em lucro pessoal seu, ou em objeto de especulação para qualquer dos seus membros. O emprego dos fundos e a sua contabilidade serão submetidos à veri ficação de comissários especiais delegados para esse efeito pelos congressos ou assembléias gerais.
Um dos primeiros cuidados da Comissão será o das publicações, logo que haja possibilidade de as fazer, sem esperar pelas rendas; os fundos destinados a semelhante uso não passarão na realidade de um adiantamento, visto como virão a reentrar em caixa pela venda das obras, cujo produto volverá assim ao fundo comum. É negócio de administração.
ALLAN KARDEC, Obras Póstumas, Constituição do Espiritismo, IX
Nesta Seção N - FORMAÇÃO DE FORMADORES ESPÍRITAS, vamos tratar dos seguintes temas:
Instrutor Guima
Caro(a) leitor(a),
Os módulos vinculados a esta Seção N - FORMAÇÃO DE FORMADORES ESPÍRITAS (FFE) estão nos links abaixo.
N1 - MÓDULO O preparo psicopedagógico dos trabalhadores da Casa Espírita
Instrutor Guima
O Módulo N1 - O preparo psicopedagógico dos trabalhadores da Casa Espírita traz uma entrevista com Walter Oliveira Alves, formado em Pedagogia, Filosofia e História da Educação e Psicologia da Educação e Didática, autor de obras espíritas de pedagogia e diretor do IDE – Instituto de Difusão Espírita, de Araras. Confira (aqui)
N2 - MÓDULO Experiências de Formação de Trabalhadores em instituições espíritas
Instrutor Guima
O Módulo N2 - Experiências de Formação de Trabalhadores em instituições espíritas traz o relato de diversas experiências nas casas espíritas com o treinamento de trabalhadores. Confira (aqui)