Muitos acreditaram em Jesus por causa de sua palavra. (EVANGELHO DE JOÃO, 4:41)
Prefiro falar na igreja cinco palavras com meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil em outras línguas. (PAULO, COR. I, 14:19)
Quando um discurso é muito grande, o meio faz esquecer o princípio e o fim faz esquecer o meio. (F. SALLES)
Instrução demais é pior do que instrução de menos. (M. MONTESSORI)
Instrutor Guima
Caro(a) leitor(a),
Objetivos
Nosso objetivo aqui é trazer alguns subsídios para a planificação, a elaboração e a apresentação de uma palestra pública na Casa Espírita.
A palestra pública
Como se sabe, a palestra pública tem algumas especificidades:
Levantamento de informações
A planificação da palestra requer algumas informações preliminares, que variam segundo os diferentes centros espíritas. Assim, é preciso conhecer alguns aspectos da reunião pública em que se vai palestrar, como estes exemplos:
Isso vai orientar o expositor na preparação e execução de sua palestra: tema, tom, nível vocabular e enfoque doutrinário têm de ser ajustados a esses fatores.
Informações para iniciantes
Registre-se que as instruções desta unidade são básicas, de interesse, portanto, dos que estão começando nas lides doutrinárias da exposição, ou daqueles outros que buscam ferramentas eletrônicas auxiliares na elaboração de palestras espíritas.
Informações e estudos mais completos sobre o tema poderão ser encontrados na Seção G - COMUNICAÇÃO NA CASA ESPÍRITA- CCE.
É isso. Bom proveito!
As definições de alguns termos e expressões utilizados nesta unidade facilitarão o entendimento do que vem a seguir.
Por isso, visite o MÓDULO - Conceitos didáticos e pedagógicos (aqui) e leia informações sobre estes assuntos:
Abaixo vão alguns termos e expressões sobre oratória:
Referências:
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[O comunicador espírita é]... uma pessoa comum, sem qualidades extraordinárias que assume o encargo de auxiliar a difusão e o entendimento da Doutrina Espírita, visando a sua transformação moral e do próximo.
(RENÊ IVAN FRANZOLIN. Como melhorar sua comunicação)
Instrutor Guima
Seguem abaixo algumas informações e conceitos que vão facilitar os tópicos seguintes da unidade.
Examine-os com atenção.
No Espiritismo a mensagem tem de ser embasada no amor, não no autoritarismo. Sem imposição, acatando-se o livre-arbítrio das pessoas. Além disso, é preciso respeitar as escolhas e os caminhos percorridos pelos indivíduos, pois ninguém tem o monopólio do bom senso, e a vida é complexa e abundante de opções.
Assim, veja bem os itens 1, 2 e 3 abaixo:
4. 1 - CARACTERÍSTICA FUNDAMENTAL DO ESPIRITISMO
Baseado em Nazareno Tourinho
4. 2 - ZONA DE CONFORTO
Todos nós temos nossas zonas de conforto. Estas costumam ser consequência do lugar onde fomos criados (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste), nossas religiões ou filosofias (judaica, católica, protestante, humanista, muçulmana, ateia, espírita, umbandista, etc.), nossa educação e profissão (mestres, doutores, engenheiros, escritores, empreendedores, vendedores, funcionários, assalariados), nossa herança cultural (europeia, negra, índia, miscegenada) orientação sexual (heterossesual, homossexual, ambos, nenhuma), etc.
A sua zona de conforto é única e faz de você o que você é. Ela também exige que você seja sensível às zonas de conforto das outras pessoas se você quiser se comunicar eficientemente com elas.
(Harvey A . Robbins in Como Ouvir e Falar com Eficácia)
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4. 3 - REPERTÓRIO, CRENÇAS, VALORES
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5 - AS TRÊS ETAPAS DE UMA PALESTRA
Três são as etapas de uma palestra: planificação, elaboração e apresentação.
PLANIFICAR* é pensar a ação, isto é, saber com antecedência como agir para alcançar os objetivos que queremos atingir. É determinar qual é o melhor curso de ação para se chegar à meta antecipadamente traçada. É estabelecer as ações necessárias à consecução das metas fixadas.
ELABORAR é construir a palestra, seguindo os passos e executando as ações previstas na planificação. É a fase de montagem, de estruturação da palestra.
APRESENTAR é pôr-se diante do público e mostrar-lhe o produto do trabalho executado. Aqui engenho e arte são necessários.
O engenho da abertura que desperta, do desenvolvimento que prende, motiva, instiga, ou sensibiliza — e do fecho que venha a coroar a exposição e assegurar ao público: ou uma reflexão evangélica, ou uma palavra de consolação e esperança, ou um despertamento para os valores do Espírito.
E a arte de expor tudo isso com clareza, elegância, simplicidade e emoção.
(*) Recorde-se que: PLANIFICAÇÃO►Ação ou resultado de planificar. O mesmo que planejamento ou programação.
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Instrutor Guima
Como visto acima no tópico 5, são três as etapas de uma palestra: planificação, elaboração e apresentação. Neste tópico 6, vamos enfocar a Etapa de PLANIFICAÇÃO da Palestra.
Primeiramente, damos uma visão geral do processo de planificação da palestra; a seguir, detalhamos um pouco mais esse plano.
6.1 - VISÃO GERAL DO PROCESSO DE PLANIFICAÇÃO DA PALESTRA
São quatro os elementos essenciais da planificação:
Para planificar, precisa-se de informação. No caso da planificação de uma palestra, como se viu na INTRODUÇÃO desta unidade, é preciso conhecer o centro espírita, seus frequentadores, os objetivos da casa, o tema a ser desenvolvido, as orientações doutrinárias do Espiritismo, etc.
Com esses elementos:
6.2 - DETALHAMENTO DO PROCESSO DE PLANIFICAÇÃO DA PALESTRA
Instrutor Guima
Viram? Com os elementos acima (item 6.1), expositores com alguma experiência planejam suas palestras.
Mas na Etapa da Planificação ocorrem pequenas fases, algumas delas bastante óbvias, as quais vamos destacar, por razões didáticas, detalhando mais o processo.
Na prática, saltam-se muitos desses passos, e alguns deles ocorrem simultaneamente a outros, mas nosso interesse aqui é a clareza e a compreensão.
Assim, vamos lá.
Observe o Diagrama 1 abaixo:
Diagrama 1 - Processo de Planificação de palestra
Ele reproduz simplificadamente o processo de planificação de uma palestra.
Examinemos suas partes:
Esse Esquema de pesquisa e composição é o plano de construção da palestra.
Notaram que na explicação da 2a. fase "dividimos" didaticamente os passos?
Em verdade, na prática, as coisas ocorrem simultaneamente: no mesmo tempo em que vamos selecionando meios e conteúdos, vamos pesquisando livros e textos, anotando ideias, pondo lembretes à margem das anotações, colhendo citações e histórias ilustrativas e rabiscando o esquema de pesquisa e composição da palestra...
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6.3 - OS ELEMENTOS DA ETAPA DE PLANIFICAÇÃO DA PALESTRA
Instrutor Guima
Cara(o),
Vamos prosseguir?
Pois bem, agora vamos comentar sobre os elementos que compõem a etapa de planificação da palestra.
Recordando: uma palestra tem três ETAPAS, as etapas dividem-se em FASES e nas fases estão ELEMENTOS essenciais à feitura e apresentação da palestra.
Ficou claro? ... Mais ou menos?
Então, veja este Diagrama 2:
Diagrama 2 - Divisões da Etapa de Planificação
Agora deu para entender melhor, pois sim? Então, vamos em frente.
Observe o Quadro 1 abaixo. Nele estão os três conjuntos de elementos da etapa de planificação, quais sejam: diretrizes doutrinárias, informações e indicativos.
Viu? São os elementos supracitados, que "desembocam" na planificação. Confira no Diagrama 1 acima.
Agora, examine atentamente os itens de cada elemento, depois leia as explicações postas logo abaixo do Quadro 1.
Quadro 1 - Elementos da Etapa de Planificação
No Quadro 1 acima, no item 1 (Diretrizes Doutrinárias) e nos itens 2, 3 e 4 (Cenário, Público e Agenda), estão a orientação doutrinária e demais informações coletadas, que constituem os INDICATIVOS para a PLANIFICAÇÃO da palestra.
Os INDICATIVOS norteiam a PLANIFICAÇÃO, e sem eles a chance de algo dar errado é muito grande.
Vejamos em síntese os elementos que formam os INDICATIVOS:
a) DIRETRIZES DOUTRINÁRIAS
Neste item definem-se:
b) INDICATIVOS
No item 2 estão os elementos que informam sobre o cenário físico e ambiental da palestra. Tais itens orientarão:
No item 3 estão as informações sobre o auditório: faixa etária predominante, nível sociocultural, grau de conhecimento da doutrina e/ou do assunto a ser explanado.
No item 4 estão importantes definições para o palestrante:
c) ESQUEMA DE PESQUISA E COMPOSIÇÃO DA PALESTRA
Definidos os pontos acima, podemos traçar o ESQUEMA DE PESQUISA E COMPOSIÇÃO, que é o documento com base no qual vamos ELABORAR A PALESTRA.
De fato, nesse passo vamos, em síntese, definir:
No item 5 está a lista dos elementos referentes ao conteúdo.
No item 6, a lista relativa aos meios.
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6.4 - FIDELIDADE E QUALIDADE DA PALESTRA
Instrutor Guima
Ah, agora já temos a primeira versão do nosso esquema para elaboração da palestra. Mas precisamos aperfeiçoá-lo, dar-lhe qualidade didática e expositiva — e fidelidade doutrinária. Isso mesmo: a primeira regra da boa palestra espírita é ser fiel à obra de Kardec, a qual, por sua vez, é a revivescência dos puros ensinamentos do Cristo.
Pois bem. Veja a Fig. 1 a seguir — ela contém a lista dos principais itens de Controle de Qualidade da palestra.
Esses pontos geralmente são examinados depois de a palestra ter sido elaborada, mas é importante, desde o plano, ir arredondando a palestra, corrigindo suas imperfeições.
Fig. 1 - Controle de qualidade e fidelidade da palestra
Instrutor Guima
Vencida essa etapa, com o esquema pronto e revisado, teremos dado uma boa encaminhada na elaboração da palestra.
Mas falta ainda confeccioná-la.
Mas isso é assunto para o tópico seguinte. Agora vamos descansar.
Levante-se, respire, caminhe um pouco, tome água — o que é sempre saudável — que daqui a pouco nos vemos novamente.
Até já!
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7.1 - EXAMINANDO UM PLANO DE PALESTRA
Instrutor Guima
Olá, estamos aqui para recomeçar.
Tudo bem? Pronto?
Vamos, pois, em frente.
Antes de prosseguirmos, examine o Plano de Palestra abaixo. Com alguns ajustes aqui e ali, ele corresponde ao nosso Esquema de pesquisa e composição, do qual falamos acima.
Plano de palestra - Fonte: Editora Auta de Souza
Instrutor Guima
Viu como o plano facilita enormemente a tarefa de Elaborar a palestra?
É isto: pronto o plano é só executá-lo, que "metade da palestra" já está pronta.
Antes de seguir em frente, note que tudo o que vimos até aqui pode ser resumido neste Diagrama 3:
Diagrama 3 - Esquema de Pesquisa e Composição da Palestra
7.2 - O ESQUEMA DE PESQUISA E COMPOSIÇÃO
Instrutor Guima
Pois bem, agora vamos detalhar o nosso Esquema de pesquisa e composição e examinar seus elementos principais.
Em tom de brincadeira, dissemos acima que, tendo elaborado o Esquema, "metade da tarefa" estaria pronta. É..., mas não é bem isso não.
Na verdade o nosso Esquema de pesquisa e composição corresponde a
É dessa dessa aluvião de informações, ideias, referências, etc., que vamos selecionar, ordenar e esquematizar os materiais de composição da palestra a ser proferida.
E vamos fazer isso com com clareza, simplicidade e coerência, concatenando de maneira lógica e congruente as ideias selecionadas, montando um ROTEIRO no formato narrativo (IDC).
Formato narrativo? Pois é, FORMATO NARRATIVO.
O que isso quer dizer?
Não se preocupe, para a finalidade deste estudo a coisa é bem simples:
Viu? Narrar é contar uma história com começo, meio e fim.
Aliás, essa é a forma obrigatória de toda comunicação oral ou escrita: introdução, desenvolvimento e conclusão. O famoso IDC.
O IDC está presente não só nos textos formais — nos científicos, inclusive —, mas em qualquer comunicação, até mesmo nas mais banais, vamos encontrar essa estrutura de comunicação lógica: começo, meio e fim, não fosse esse o ciclo natural de todas as coisas.
Assim, qualquer ato de comunicação começa pela introdução e termina pela conclusão.
Nossa palestra, portanto, será estruturada no modelo IDC:
Instrutor Guima
Antes de avançar no tema deste tópico, vamos examinar a Fig. 3 - Esquema em Cruz, que vem logo abaixo.
Percebeu que no Esquema em Cruz estão todos os elementos do IDC?
De fato, lá se encontram:
Viu? É um roteiro resumido de como montar e apresentar uma palestra.
Esse esquema faz parte do texto Preparando o improviso, que você pode utilizar quando for necessário "falar sem estar preparado".
Mas é possível isso: Falar sem estar preparado?
Em certos casos, sim. Confira o texto Preparando o improviso (aqui).
Fig. 3 - O Esquema em Cruz
7.4 - EXAMINANDO OS ELEMENTOS DA ETAPA DE ELABORAÇÃO DA PALESTRA
Instrutor Guima
Recorde por meio da Fig. 1 abaixo os elementos que compõem o nosso ESQUEMA DE PESQUISA E COMPOSIÇÃO, que a partir de agora vamos falar deles.
Vamos rever o que dissemos acima sobre o que é exatamente o nosso Esquema.
Examine a Fig. 4 abaixo:
Fig. 4 - A essência do Esquema de Pesquisa e Composição da Palestra
Pois bem, veja agora na Fig. 5 que vem a seguir as orientações básicas para desenvolver o esquema, que foi efetuado num formato NARRATIVO (ou IDC), lembra-se?
Fig. 5 - Visão Geral do Desenvolvimento do Esquema de Pesquisa e Composição da Palestra
Muito bem, estudado metódica e detidamente o material coletado (textos, ideias, citações, etc.), devemos agora selecionar, ordenar e esquematizar esses materiais para compor a palestra, montando um ROTEIRO no formato narrativo (IDC).
Na Fig. 6 a seguir estão as orientações básicas para se fazer isso.
Confira:
Fig. 6 - Pontos a observar no desenvolvimento da exposição
E você deve também decidir sobre a melhor maneira de abrir a palestra (Introdução) e encerrá-la (Conclusão).
Veja na Fig. 7 algumas sugestões sobre como fazer isso:
Fig. 7 - Sugestões de Técnicas para a Introdução e a Conclusão de Palestras
Instrutor Guima
É isso. Conforme prometemos, esses são os passos fundamentais — dados de forma resumida e esquemática — para se planificar e elaborar uma palestra espírita.
Você também pode ver mapas mentais consolidando tudo isso que explanamos:
A seguir, você tem informações e dicas sobre ONDE ENCONTRAR materiais, técnicas e ferramentas eletrônicas para dar mais eficiência e qualidade à preparação de suas palestras.
Grande abraço.
8 - DICAS ÚTEIS PARA PALESTRANTES
Instrutor Guima
Cara(o),
Todo palestrante espírita — como também qualquer trabalhador ligado a alguma atividade expositiva na instituição espírita — precisa estudar e se organizar para adquirir um cabedal de informações e conhecimentos que o tornem cada vez mais competente na realização de sua tarefa: divulgar a doutrina.
Abaixo vão algumas dicas e sugestões para:
8.1 - Textos e orientações úteis do APRENDIZADO ESPÍRITA
8.2 - Planos de palestras e palestras prontas
8.3 - Textos e orientações para palestrantes
10 - INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
Espírita
Não espírita