Neste trabalho são apresentadas algumas práticas metodológicas para atividades de ensino-aprendizagem, que podem eventualmente ser adaptadas para outros eventos que envolvam grupos, tais como: reuniões, seminários, painéis, etc.
Nele são comentadas algumas técnicas de trabalhos para grupos, e também técnicas preparatórias de eventos, visando a despertar o interesse e a participação das pessoas.
Ao final, comentam-se algumas técnicas de apresentação de conteúdos e de atividades práticas de ensino-aprendizagem.
A seguir estão algumas técnicas para trabalhos com grupos.
Veja também:
Apostila da UEM: https://www.uemmg.org.br/sites/default/files/public/download/arquivo/apostila_eventos.pdf
Nos eventos participativos, tenha estas regras em mente, reproduza-as em cartazes e no material do trabalho, leia-as no início dos trabalhos— e as faça cumprir se você for o facilitador do evento.
Todo evento bem organizado deve ser precedido de uma negociação entre o(s) condutor(es)/facilitado(es) e os participantes.
Desde uma simples aula até um evento mais formal, como um seminário, essa negociação, também conhecida como Pacto de Princípios, Contrato de Trabalho, Ajuste de Conduta, muito contribui para a evolução do evento.
Para elaborar um bom “contrato de trabalho”, alguns tópicos são abaixo sugeridos, além de outros que poderão vir a ser acrescentados. A escolha dos tópicos deverá ser razoável e equilibrada e dependerá do tipo de evento:
O “contrato” poderá vir escrito no material de trabalho, mas deverá ser “negociado” com os participantes, suprimindo-se ou alterando-se o que não for ajustado. Em eventos mais simples, como uma aula, pode-se anotar o pactuado num flip-chart, por exemplo.
Nos diversos grupos, as pessoas exercem papéis diferentes. Nuns podem ser coordenadores, noutros facilitadores e em outros participantes.
Independentemente disso, é preciso ter presentes as regras abaixo, aplicáveis a diversos eventos, todas elas facilitadoras da comunicação nos grupos:
Seja interativo
Seja transparente
Seja democrático
Seja focado
(Fonte: Reunião – Coletânea Você s.a. – Editora Abril, SP, 2004)
Para que seus eventos sejam animados, proceda assim:
(Fonte: Atitudes Inteligentes – Sam Deep e Lyle Sussman – Nobel, SP, 1992)
5 - Estimulando a participação do grupo
Na condução do grupo, é preciso estimular a participação da maioria, conter os arroubos e excessos dos “falantes” e “monopolizadores” e levar todos a atingir os objetivos da reunião. Por isso, lembre-se:
3. DESPERTANDO INTERESSE DE PARTICIPAÇÃO
Abaixo são descritas algumas técnicas, baseadas em conceitos de pedagogia e andragogia, que ajudam a despertar o interesse das pessoas para participação em reuniões, seminários, cursos, aulas, promovendo não só o nivelamento de informações e o bom desenvolvimento do evento, como também a melhoria da qualidade das intervenções, discussões e conclusões.
Peça que textos essenciais sejam lidos antecipadamente. Assim:
2 - Questões para despertar interesse
Prepare questões (pesquisas, pequenas questões discursivas, perguntas e respostas) para serem respondidas antecipadamente e entregues no início do evento.
Estude a possibilidade de fracionar conteúdos e realizar eventos em mais de uma etapa. Isso possibilita que os treinandos descansem e possam refletir sobre as informações e/ou teorias recebidas e/ou fixar conceitos, além de não se afastarem por longo tempo do local de trabalho.
E no(s) intervalo(s), os treinandos podem:
e os organizadores:
4 - Definição compartilhada de conteúdos
Treinandos, especialmente adultos, gostam de participar e têm seu interesse aumentado quando convidados a dar contribuições.
Assim, conheça seu público-alvo, estabeleça os objetivos da ação de capacitação/desenvolvimento e defina o conteúdo básico. Mas sempre que possível discuta com as pessoas — antes ou no início da realização do evento — o conteúdo programático — e faça alterações e/ou adaptações necessárias: corte temas, simplifique outros, aprofunde os de maior interesse. Programas rígidos e inflexíveis costumam ser pouco eficazes.
Como visto acima, no caso de eventos fracionados, pode-se praticar conteúdo durante os intervalos do curso/treinamento, e assim também depois de sua conclusão (trabalhos de pesquisa, elaboração de artigos técnicos, desenvolvimento de projetos etc.)
Se o evento de capacitação/desenvolvimento exigir algum pré-requisito, pense nestas possibilidades:
Para encerrar este tópico, segue uma sugestão, aplicável a um seminário, mas que pode ser adaptada para qualquer outro evento (aula, curso, painel etc.).
Vamos a ela:
Seja um seminário para debater temas doutrinários, em que todos os materiais serão disponibilizados para prévia leitura (V. tópico LEITURAS ANTECIPADAS, acima). Nessa hipótese, pode-se planejar o seguinte:
A colaboração é fator importante no ensino a distância, pois sabemos que o ser humano aprende colaborando. Ou seja, ele aprende muito mais com os colegas de treinamento do que com o próprio instrutor/tutor. A colaboração no ensino a distância se faz pelos grupos de estudo presencial, grupos (ou listas) de discussão e pela troca de mensagens entre os participantes.
Procure participar ativamente de chats, encontros presenciais e outras programações coletivas previstas. Um ambiente de integração, interação e troca de ideias e experiências possibilita enormes ganhos de conhecimentos adicionais, além do estabelecimento de fecundas relações pessoais e profissionais.
Participe e colabore nas atividades em grupo, aprenda a interagir com múltiplos assuntos e a construir um conhecimento compartilhado.
Divida para somar. Divida o que sabe ou aprendeu/apreendeu, pois essa é uma das melhores maneiras de reter o conhecimento adquirido. Mostre-se aberto a compartilhar suas experiências pessoais, profissionais e educacionais como parte do processo de aprendizagem.
Acesse regularmente o ambiente virtual, leia e responda às mensagens. Escreva de forma clara e objetiva, pois as mensagens escritas são a principal forma de interação on-line.
O conceito-chave para uma boa participação é o de assertividade, que significa a habilidade para comunicar sentimentos, desejos, necessidades, pensamentos e opiniões, de forma aberta e honesta, usando os limites dos próprios direitos e sem afetar o direito dos outros.
Um objetivo importante subjacente a qualquer atividade em grupo é propiciar a participação de todos os componentes. Assim, aprenda a ouvir e a respeitar a opinião dos outros, pois as pessoas têm ritmos diferentes e alguns necessitam de maior tempo para refletir, intervir nas discussões ou manifestar opinião.
A autonomia concedida ao treinando a distância confere-lhe, também, uma grande responsabilidade. De fato, a qualidade desse aprendizado está intimamente vinculada à forma com que as pessoas se envolvem no treinamento. Assim, quanto maior for sua interatividade — quer com o conteúdo dos cursos (níveis de leitura ativa, realização de exercícios, etc.), quer com os demais participantes (comunicação com outros treinandos, participação em chats, etc.) — maior será a qualidade da sua experiência de aprendizado.
No ensino a distância é certo que não há como suprir o contato humano. Mas esse contato não se limita à presença do instrutor. Assim, com as ferramentas de interação de um sistema de ensino on-line, você perceberá que, apesar de o instrutor não estar fisicamente presente, não se sentirá sozinho e desorientado, pois há outras formas de contato: comunidades on-line de colegas de curso, além de reuniões com colegas e facilitadores de ensino locais.
Desse modo, durante todo o tempo, poderá interagir com o tutor e com os demais colegas, e também com o monitor local, se houver, seja para esclarecer dúvidas, fazer comentários, dar e receber feedback. É desse modo que muitas vezes se quebra a aridez dos conteúdos e ameniza-se a solidão da autoinstrução a distância, pois os recursos do ambiente de estudos eletrônico permitem rápida interação, tratamento personalizado e retorno instantâneo de respostas, críticas e sugestões.
No entanto, sem o contato presencial, na ausência da linguagem corporal, o tutor somente poderá ajudar quando as dificuldades lhe forem apresentadas. Assim, peça ajuda quando não compreender algum ponto, ou estiver confuso ou desmotivado por não conseguir acompanhar o ritmo dos demais treinandos.
Alguns treinamentos utilizam encontros presenciais coordenados por monitores locais —e esse é um momento excelente para participação. De qualquer modo, havendo ou não a previsão de tais encontros presenciais, procure na sua instituição confrades que estejam realizando o mesmo curso e troque informações, estude junto, relate experiências.
Reflita sobre o aprendizado e conceitos que for adquirindo. Aplique as lições aprendidas e traga ao ambiente colaborativo suas experiências e descobertas.
Um treinamento bem planejado pressupõe a imediata aplicação prática do que foi ensinado. Assim, colabore na transferência para a sua rotina de atividades daquilo que aprendeu, como também procure multiplicar o conhecimento ou habilidade que adquiriu entre os colegas da instituição.
Apresentações PowerPoint já foram recurso de ensino-aprendizagem de ponta, mas com o passar do tempo — e em razão dos abusos cometidos — tornaram-se uma praga, e hoje há quem recomende — ou mesmo proíba — a sua utilização.
Não queremos chegar a esse extremo, mas é ledo engano imaginar que o desfolhar sonolento de transparências PowerPoint coloridas e sonoras, cheias de truques de luzes e apitos, sobrecarregadas de informação, e comentadas monotonamente no "escurinho" dos auditórios (...) comunicam/ensinam efetivamente alguma coisa e representam o "ensino-treinamento do futuro".
Com efeito, é possível medir a qualidade de uma apresentação (ou aula) pela quantidade de eslaides que se desfia... Quanto mais eslaides, mais monotonia, menos participação, menos aprendizagem.
Mas, então, o que fazer? Vamos ver se encontramos um ponto de equilíbrio.
Como elaborar uma boa apresentação
Eslaides para passar conteúdos: síntese e análise
Para melhorar a qualidade das apresentações
Durante uma exposição ou aula, é sempre importante encorajar as pessoas a se manifestar e incentivar os mais tímidos à participação. Mas é preciso alguns cuidados — e sobretudo não adotar tom ameaçador.
Um bom recurso são as perguntas retóricas, isto é, aquelas que são feitas como meio de chamar a atenção das pessoas, de despertá-las, as quais o próprio expositor se apressa a responder, visto que o efeito desejado é apenas conduzir os assistentes à reflexão do assunto ou entrar em sintonia com a plateia.
Outro expediente adequado é fazer perguntas que possam ser respondidas por meio de gestos (balançar a cabeça, levantar as mãos, por exemplos); ou fazer afirmativas e perguntar se todos concordam; ou, ainda, deixar uma frase incompleta no ar (três pontinhos...) — e esperar que alguém espontaneamente a complete.
Adotam-se, também, perguntas como estratégia de provocação do grupo, ou para iniciar um ponto de discussão, ou, ainda, para conferir humor ou dinâmica à apresentação
Como se sabe, na literatura sobre falar em público há a figura do auditório hostil, mas em contraste há também o apresentador hostil — aquele que quando passeia o olhar inquisidor pela plateia faz com que todos se encolham e sintam um frio na barriga...
E, há, finalmente, aqueles que têm o costume desagradável de fazer perguntas para as quais somente eles têm a resposta, seja porque pesquisaram com antecedência, seja porque adotam uma abordagem pessoal para o tema, seja porque a decoraram, à força de repeti-las...
E ficam a dizer: Não, não é isso! Não, está errado! Quem sabe me dizer? Fulano, você sabe a resposta? Alguém quer arriscar um palpite?
Motivar a assistência com perguntas é recurso enormemente válido, mas é preciso saber quando e como utilizá-lo — para não constranger as pessoas, bloquear a comunicação e dar parte de tolo.
Livros, textos, textos virtuais podem ser objeto de leitura dirigida, devendo-se elaborar um comando — ou mesmo um roteiro — para essa finalidade.
Livros e textos podem ser lidos durante o desenvolvimento de um treinamento, ou antes, conforme o objetivo que se busque. Pequenos textos, em meio magnético, inclusive, podem ser lidos para exercitação e/ou discussão de temas.
Quanto aos textos eletrônicos, pode-se fazer um pouco mais. Veja:
6 - Dicas do PRIMEIRO ENCONTRO DE EXPOSITORES ESPÍRITAS (CESC)
Organizado para acontecer em agosto de 2018, o PRIMEIRO ENCONTRO DE EXPOSITORES ESPÍRITAS, organizado pelo CEU (Conselho Espírita de Unificação) e coordenado pela ASEB (Ação Social Espírita Eurípedes Barsanulfo e CESC (Casa Espírita Suave Caminho), desenvolveu um site com diversas informações sobre o evento e com boas dicas sobre exposição didática e apresentação de palestras.
Eis algumas delas: