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Aprendizado Espírita
Textos e ferramentas para aprender, ensinar e divulgar o Espiritismo
Textos
Ilustração: Capa de Ciência Espíritas - e suas implicações terapêuticas, de J. Herculano Pires - Edições Paideia
 
ROTEIRO DE LEITURA E ESTUDO (RLE)
ELEMENTOS DE FILOSOFIA  E CIÊNCIA ESPÍRITAS
Módulo 6 - Noções de Metodologia Científica

SUMÁRIO
 

APRESENTAÇÃO
 
Por mais legítima que seja a confiança a vós inspirada pelos Espíritos que presidem aos vossos trabalhos, há uma recomendação, nunca demais repetida, que sempre deveis ter presente no pensamento, quando vos dedicardes aos vossos estudos: tudo pesar e amadurecer, submeter ao controle da mais severa razão todas as comunicações que receberdes; não deixar de pedir, desde que uma resposta vos pareça duvidosa ou obscura, os esclarecimentos necessários para vos orientardes.

Espírito SÃO LUÍS. Revista Espírita, 1859

Instrutor Guima

Seguindo com o nosso RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS, neste Módulo 6 - Noções de Metodologia Científica, examinaremos pontos essenciais desse tema, que muito contribuirão para compreensão e estudos da Doutrina Espírita.

Leia com atenção e esquematize os textos que vêm a seguir,  pois são matéria introdutória aos pontos discriminados no Roteiro de Estudos deste Módulo 6.


Em frente!

 
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DO MÉTODO CIENTÍFICO

Como vimos no Módulo 5, tópico Distinções necessárias (aqui), este Módulo 6 - Noções de Metodologia Científica tem por objetivo
 
estudo crítico e reflexivo dos métodos e técnicas de aquisição do conhecimento científico.

Confira este quadro resumo:
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Posto isso, comecemos por conceituar método.

Vamos lá.

O MÉTODO E SUA IMPORTÂNCIA

Segundo a etimologia, método significa caminho para chegar a um fim. Podemos, por conseguinte, considerar como metódica qualquer atividade refletida e ordenada, visando a atingir certa finalidade.

Sob o ponto de vista, porém, da lógica, o método representa o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar para a investigação e demonstração da verdade. (SANTOS, 1967, P. 221)

Sob o aspecto do conhecimento, pode-se dizer, com DESCARTES (1596-1650), que o método é o caminho a seguir para chegar à verdade nas ciências. (JOLIVET, 1979, p. 71)

Discorrendo sobre a importância do método, RÉGIS JOLIVET (1979, p. 71) diz que ele

 
tem como fim disciplinar o espírito, excluir de suas investigações o capricho e o acaso, adaptar o esforço a empregar segundo as exigências do objeto, determinar os meios de investigação e a ordem da pesquisa. Elé é, pois, fator de segurança e economia.

Mas o método não é suficiente a si mesmo, como queria DESCARTES. Ao contrário, o método exige para ser fecundo, inteligência e talento. Ele lhes dá a potência, mas não os substitui jamais (Id., ibid.)
 
OS CONSTRUTORES DO MÉTODO CIENTÍFICO

O método científico nasceu com Aristóteles, como é sabido. De fato, como leciona MARINHO (s/d, p. 84 e 85),

 
(...) quase sem precursores, quase completamente por sua apurada reflexão, criou uma ciência nova - a Lógica. Sócrates e Platão já tinham utilizado princípios lógicos nas suas argumentações, mas cabe a Aristóteles a glória de haver corporificado e sistematizado a Lógica, emprestando-lhe as características de disciplina autônoma.

A Lógica Formal, sob seu aspecto mais abstrato, é a "ciência da prova". 

Os problemas lógicos foram reduzidos simplesmente a:

a) Qual o processo do pensamento; de que modo procede a inteligência ao pensar, ao formular juízos e raciocínios (problema dialético)
b) Qual o valor do pensamento em relação à realidade (problema crítico)
 
Séculos depois, com GALILEU (1564-1642), vai surgir a primeira teoria do método experimental. Da mesma forma que o conhecimento se desenvolveu, o método, sistematização das atividades, também sofreu transformações, anotam LAKATOS & MARCONI (1986, p. 42).

Discordando do pensamento de Aristóteles, GALILEU considera que o conhecimento da essência íntima das substâncias individuais deve ser substituído, como objetivo das investigações, pelo conhecimento da lei que preside os fenômenos. Seu método — a indução experimental — chegava a uma lei geral observando casos particulares, seguindo uma série de passos (id., ibid., p. 43):

 
a) observação dos fenômenos;
b) análise dos elementos constitutivos desses fenômenos, com a finalidade de estabelecer relações quantitativas entre eles;
c) indução de certo número de hipóteses, tendo por fundamento a análise da relação desses elementos constitutivos dos fenômenos;
d) verificação das hipóteses aventadas por intermédio de experiências (experimento);
e) generalização do resultado das experiências para casos similares;
f) confirmação das hipóteses, obtendo-se, a partir dela, leis gerais.

Na obra Principia, esse método, ao lado de procedimentos dedutivos, será adotado por ISAAC NEWTON (1643-1727) para formular a lei da gravitação (id., ibid, p. 43).

A seguir, FRANCIS BACON (1521-1626), com o "Novum Organum", vai criar uma lógica indutiva, oposta à lógica aristotélica, dedutiva e silogística.

MARINHO (s/d, p. 86 e 87) diz que o valor da obra de BACON está em chamar a atenção para a experiência, refutando a extensão do método dedutivo, a investigação natural e os abusos em que se consumia a Escolástica. BACON faz da indução o novo instrumento da verdade, em oposição ao processo dedutivo, velho instrumento aristotélico.

Para BACON, o único caminho seguro para a verdade dos fatos que o conhecimento científico devia seguir era este (LAKATOS & MARCONI, 1986, págs. 43 e 44):

 
a) experimentação: nesta fase, o cientista, para poder observar e registrar, de forma sistemática, todas as informações que têm possibilidade de coletar, realiza experimentos acerca do problema;
b) formulação de hipóteses: tendo por base os experimentos e a análise dos resultados obtidos por seu intermédio, as hipóteses procuram explicitar (e explicar) a relação causal entre os fatos;
c) repetição: os experimentos devem ser repetidos em outros lugares ou por outros cientistas, tendo por finalidade acumular dados que, por sua vez, servirão para a formulação de hipóteses;
d) testagem das hipóteses: por intermédio da repetição dos experimentos, testam-se as hipóteses: nessa fase, procura-se obter novos dados, assim como evidências que os confirmem, pois o grau de confirmação das hipóteses depende da quantidade de evidências favoráveis;
e) formulação de generalizações e leis: o cientista, desde que tenha percorrido todas as fases anteriores, formula as leis que descobriu, fundamentado nas evidências que obteve, e generaliza as suas explicações para todos os fenômenos da mesma espécie.

Caberá a RENÉ DESCARTES (1596-1650), no entanto, dividir a história da Filosofia, sendo ele "o primeiro homem moderno", no dizer de Ortega Y Gasset.

Com efeito, conforme MARINHO (s/d, p. 91), a sua filosofia representa propriamente o ponto de maturidade inicial do pensamento moderno. O que ele procura é achar um método que não seja, como a silogística aristotélica, mera ordenação e demonstração lógica de princípios já estabelecidos, senão um caminho para a invenção e a descoberta.

E, contrariamente à filosofia de BACON, empirista por excelência, DESCARTES desenvolve excepcionalmente o racionalismo. Afirma que os sentidos nos enganam com frequência e somente poderemos ter confiança na Matemática e na Lógica, duas ciências que parecem seguras, como ele acreditava. Então, começa por duvidar de tudo, até de si mesmo, e toma isso como ponto de partida para a construção de uma filosofia totalmente verdadeira, da qual não se pudesse duvidar. A começar da própria existência, como expressou na frase célebre: "Cogito, ergo sum" (id., ibid., p. 91).

HISTÓRICO DO MÉTODO CIENTÍFICO

Pois bem, vejamos agora pequeno histórico do método científico, elaborado por CERVO & BERVIAN (1972, págs. 18 a 20).

Dizem eles:



UMA CONCEPÇÃO MAIS ATUAL DO MÉTODO

Uma concepção mais atualizada do Método nos é dada por LAKATOS & MARCONI (1986, p. 46).

Confira:

 
 
DIFERENTES ESPÉCIES DE MÉTODOS

No estudo de uma ciência, três objetivos podem ser visados, constituindo cada um deles uma etapa do trabalho científico (SANTOS, 1967, p. 221):

a) pesquisar as verdades de que se compõe essa ciência;
b) sistematizar os resultados dessa pesquisa;
c) expor ou ensinar as verdades descobertas e sistematizadas.

Daí três espécies fundamentais de método científico, correspondendo a da uma dessas finalidades:

a) métodos inventivos: empregados na investigação ou descoberta das verdades
b) métodos sistemáticos: sua finalidade é provar as verdades encontradas
c) métodos didáticos: os dois métodos acima pertencem à Lógica, e os didáticos à Pedagogia, pois sua função não é a descoberta ou ou sistematização das verdades, mas sim o ensino dessas ao educando.

A escolha do método

Na escolha de um método, seja científico ou não, devem ser consideradas duas condições (SANTOS, 1967, p. 221):

a) a natureza do objeto a que vai ser aplicado
b) o fim que se tem em vista

E acima dos métodos particulares e próprios de cada ciência, que visam a explicar o como e o porquê dos fenômenos sob sua alçada, deve-se notar a existência de um método geral, que dita as condições gerais a que se subordinam toda e qualquer investigação. (SANTOS, 1967, p. 225)

São as regras anotadas por DESCARTES, no seu Discurso do método:

a) Não aceitar nada como verdadeiro enquanto não se conheça evidentemente como tal. — É a evidência posta como critério, isto é, como caráter distintivo da verdade.
 
b) Dividir cada dificuldade em tantas parcelas quantas possíveis e necessárias para melhor resolvê-las. — É a regra da análise.
 
c) Conduzir por ordem os pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos. — É a regra da síntese.
 
d) Fazer sempre recenseamentos tão completos e revistas tão gerais, que se fique seguro de nada ter omitido. — É a condição comum e garantida da análise e da síntese.
 
Os diferentes métodos

Como ficou dito, o método depende do objeto das ciências, e, sendo assim, cada uma delas exige o emprego de um método diferente. De fato, a inteligência, por exemplo, que é imaterial, não pode ser estudada pelos mesmos processos com que se investiga o corpo e seus órgãos. (JOLIVET, 1979, p. 79)

Em teoria, há métodos para cada grupo de ciências, mas costuma-se distinguir três grandes tipos:

a) método da Matemática — Aplicável às Ciências matemáticas: as que estudam a quantidade. Os objetos matemáticos resultam, ao mesmo tempo, da razão e da experiência. As matemáticas se utilizam do raciocínio dedutivo, através da demonstração. E essa pode ser: analítica e sintética; direta e indireta. Três são os elementos da demonstração: as definições, os axiomas e os postulados.

b) método das ciências da natureza física (ou físico-químicas) — Aplicável às Ciências físico-químicas: as que estudam os fenômenos dos corpos brutos ou inorgânicos. Dividem-se em química e física, conforme estudam os fenômenos ou alteram ou não a constituição da matéria. As ciências da natureza foram, no início, descritivas e classificadoras; mais tarde, indutivas e analíticas; atualmente, são indutivo-dedutivas e sintéticas.

c) método das ciências morais — Aplicável às Ciências morais: as que se ocupam das manifestações individuais ou coletivas, do homem como ser inteligente e livre. Dividem-se em ciências morais teóricas (psicologia, sociologia, história) e ciências morais práticas (lógica, moral, política). Os fatos morais, por serem espirituais, são inacessíveis à experiência extderna, e, por serem livres, não podem ser previstos, nem medidos. As ciências morais teóricas empregam processos indutivos e as ciências morais práticas utilizam processos dedutivos. (JOLIVET, 1979, p. 79); (SANTOS, 1967, págs. 231; 236 e 247)
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SANTOS, Theobaldo Miranda. Manual de Filosofia. São Paulo, Cia. Editora Nacional, 1967
JOLIVET, Régis.Curso de Filosoria. Rio de Janeiro, Agir, 1979.
MARINHO, Inezil Penna. Introdução ao estudo da Metodologia Científica. Brasília, s/d
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. São Paulo, McGraw-Hill do Brasil, 1972
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. São Paulo, Atlas, 1986
VIDEIRA, Antônio Augusto P. Breves considerações sobre a natureza do método científico. In Estudos de História e Filosofia das Ciências. Cibelle Celestino Silva [Org.]. São Paulo, Editora Livraria da Física, 2006.

 
ROTEIRO DE LEITURA E ESTUDO - RLE
Módulo 6 - NOÇÕES DE METODOLOGIA CIENTÍFICA


Finalidades deste Módulo 6
♦ Efetuar a leitura/estudo de textos selecionados sobre Metodologia científica, objetivando conhecer noções introdutórias dessa disciplina.

Pré-requisito
♦ Ter realizado os módulos anteriores deste RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS
♦ Ter lido com atenção e esquematizado as noções introdutórias sobre o método científico dadas acima, no tópico: Aspectos introdutórios do método científico

Objetivos de ensino
♦ Ao concluir todas as atividades deste Módulo 6, você será capaz de:

     • conhecer o conceito de método
     • conhecer a história e os construtores do método científico
     • conhecer uma concepção mais atual do método
     • conhecer as diferentes espécies de métodos
     • conhecer conceitos de ciência
     • conhecer a classificação das ciências
     • conhecer os tipos de abordagens científicas
     • conhecer as finalidades da ciência
     • conhecer como os homens interferem na ciência
     • conhecer os processos de desenvolvimento da ciência
     • conhecer o conceito de paradigma científico
     • conhecer como se dá a adequação do método ao objeto estudado
     • saber por que as teorias científicas devem estar sempre submetidas à análise racional e ao controle experimental
     • conhecer os principais pontos sobre a natureza da ciência sobre os quais há      maior concordância entre os filósofos da ciência
     • conhecer noções de teorias fenomenológicas e teorias explicativas
     • conhecer o conceito de indução e seu emprego na formação do conhecimento científico
     • conhecer o conceito de hipótese e de explicação científica
     • conhecer noções do método de conjecturas e refutações de Karl Popper
     • conhecer noções de paradigma (Thomas Kuhn), programa de pesquisa      científica (Imre Lakatos) e tradição de pesquisa científica (Larry Laudan)
     • conhecer relações do Espiritismo com as ciências parapsicológicas
     • conhecer relações do Espiritismo com a Filosofia moderna
     • conhecer as regras fixadas por Allan Kardec para o desenvolvimento do      Espiritismo
     • conhecer o método de Allan Kardec para a realização de pesquisas espíritas
 

Atividades
     ♦ Proceda à leitura/estudo dos textos abaixo indicados (itens Textos-base e Textos complementares), observando as instruções do tópico Leitura e Filosofia do Módulo Apresentação deste RLE.
     ♦ Faça um resumo da matéria, mediante notas, esquemas, mapas mentais, como preferir, a cada tópico especificado nos Objetivos de ensino (v. acima), bem como das leituras complementares que realizar.
       ♦ Faça resumos próprios de pontos relevantes do material lido/estudado: pense filosoficamente, destaque os pontos altos e baixos dos textos, liste perguntas a que o texto responde, critique as ideias, exponha seu modo de ver as coisas, levante questões para futuros estudos/discussões, anote pontos para pesquisar posteriormente.
     ♦ Consulte glossários/dicionários para verificar conceitos ou palavras desconhecidas, e as adicione ao seu glossário pessoal de filosofia

Material de estudo
     ♦ Tenha à mão:  livros-textos, e-books, dicionários, papel, lápis e fichas de anotações e fichamento, se for adotá-las

Livros-texto
     ♦ 
Livro Fundamentação da Ciência Espírita conforme capítulos indicados a seguir (aqui)

Textos complementares
     ♦ 
Os Textos complementares a serem trabalhados estão no tópico a seguir (aqui)

Cadernos de leitura
     
♦ Os textos dos Cadernos de leitura a serem trabalhados estão discriminados logo abaixo (aqui)

Exercícios
     ♦  Alguns Exercícios de verificação encerram o estudo deste módulo (aqui)


Impressão do material
     ♦ Recomenda-se a leitura on-line deste RLE e a impressão somente do material estritamente necessário

 
 TEXTOS-BASE
Instrutor Guima

Abaixo vão os Textos-base deste Módulo 6 - Noções de Metodologia Científica.

Bom trabalho!

 ♦  Livro Fundamentação da Ciência Espírita - Carlos F. Loeffler
- Cap. II - Uma breve história do conhecimento científico - 51 a 74
- Cap. III - O que é a ciência - págs. 75 a 84
- Cap. IV - Da formação da ciência - 85 a 102
TEXTOS COMPLEMENTARES

EADE - Livro 5 - Filosofia e Ciência Espíritas
Roteiro 1 - Métodos filosóficos e científicos - pág. 15

Artigo digital
Algumas observações sobre o “método científico” - Silvio Seno Chibeni - Disponível aqui

Caderno de Leituras Espíritas - Filosofia Espírita
Parte 2
- A Questão metodológica – O método de Kardec – H. Pires - 
pág. 34 - 65
 
Biblioteca digital

Você já deve ter incluído este e-book na sua biblioteca digital, se não, guarde o link abaixo:


  Metodologia do Trabalho Científico - Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico - Cleber Cristiano Prodanov - Ernani Cesar de Freitas - Universidade Feevale - Novo Hamburgo, RS - 
Disponível aqui
 
EXERCÍCIOS DE VERIFICAÇÃO

Instrutor Guima

A seguir, vêm alguns exercícios para verificar o que aqui foi estudado.

São exercícios simples, visando a repassar brevemente os textos deste Módulo 6, destacar algum ponto ou, ainda, chamar a atenção para aspectos interessantes.

O entendimento e apreensão da matéria estão ligados à leitura compreensiva e anotada, e às questões e críticas que você mesmo formulou durante os estudos.

As respostas estão logo abaixo.

Vamos lá!

Perguntas

1. Para Theobaldo Miranda Santos (Manual de Filosofia), qual é o conceito de método, segundo a lógica?

2. Segundo o prof. Inezil Marinho (Introdução ao estudo da Metodologia Científica), FRANCIS BACON (1521-1626), com o "Novum Organum", vai criar uma lógica indutiva, oposta à lógica aristotélica, dedutiva e silogística. Para Marinho, qual foi o valor da obra de BACON?

3. Quais são, de modo sintético, as 9 etapas do método científico, numa versão mais atual, segundo Lakatos & Marconi?

4. Quais foram as regras adotadas por RENÉ DESCARTES em seu método?

5. Para Carlos F. Loeffler (Fundamentação da Ciência Espírita), na evolução das manifestações científicas, além dos povos egípcios, outros povos se destacaram na antiguidade, como formadoras de conhecimento que, de certo modo, eram embrionariamente científicos. Que povos foram esses?

6. Segundo escreve Carlos F. Loeffler, que características a ciência deseja encontrar nos fenômenos que estuda?

7. Paradigma, na definição de Thomas Samuel Kuhn (1922-1996), físico e filósofo da ciência, são as realizações científicas que geram modelos que, por período mais ou menos longo e de modo mais ou menos explícito, orientam o desenvolvimento posterior das pesquisas exclusivamente na busca da solução para os problemas por elas suscitados.

Desse modo, todas as disciplinas científicas, nos seus diversos campos de ação, elaboram-se com base em paradigmas, os quais, enquanto não forem desmentidos ou falseados, são básicos para a formulação e interpretação dos problemas. (C. F. Loeffler. Fundamentação da Ciência Espírita)

E quanto à ciência espírita, para Carlos Loeffler, essa também se orienta por paradigmas?

8. No texto Algumas observações sobre o “método científico”, disponível na internet, o professor, escritor e articulista espírita Sílvio Chibeni diz que o seu
objetivo é o de indicar de forma sucinta e simplificada, para um público de não filósofos, alguns dos pontos sobre a natureza da ciência.

Dentre esses pontos, Chibeni destaca: (1) não há um método científico no sentido de uma receita universal para se fazer ciência; (2) a investigação científica não é amoldável a nenhum procedimento fixo e explicitável em termos de regras de aplicação automática; e (3) alguns filósofos contemporâneos chegam a defender a posição extrema de que simplesmente não há nenhum método científico.

O objetivo é mostrar que não há "método infalível", e que nem tudo que é dito "científico" possui grau absoluto de certeza. Aliás, Silvio Shibeni refere John Locke (1632-1704): não podemos ter esperança de satisfazer simultaneamente a dois dos desiderata clássicos da ciência: a universalidade e a certeza.

Pois bem, em certo trecho do mencionado texto, o autor cita conclusão de Locke e Hume: simplesmente não há meios racionais ou empíricos de assegurar, com certeza absoluta, a verdade das leis científicas a partir da experiência ou de raciocínios lógicos.

Em seguida, ele diz ter tirado uma lição das análises que fez. Que lição foi essa?

9. Discorrendo no livro A pedra e o joio sobre o método de Allan Kardec, o escritor espírita Herculano Pires (tópico: A Questão metodológica – O método de Kardec) diz que a obra de Kardec é a pedra de toque para validação de qualquer ponto novo (ou supostamente novo) acerca do Espiritismo. E acrescenta que o bom senso é o fio de prumo que nos garante a construção de um conhecimento mais amplo, mais rico, mas ao mesmo tempo mais preciso.

Pois bem, para Herculano, a primeira norma do método kardequiano é o bom senso. Que outras normas fazem parte desse método, segundo o escritor espírita?

Respostas

1. Sob o ponto de vista da lógica, o método representa o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar para a investigação e demonstração da verdade. (Manual de Filosofia. Theobaldo Miranda Santos, 1967, p. 221)

2. O valor da obra de BACON está em chamar a atenção para a experiência, refutando a extensão do método dedutivo, a investigação natural e os abusos em que se consumia a Escolástica. BACON faz da indução o novo instrumento da verdade, em oposição ao processo dedutivo, velho instrumento aristotélico. (Introdução ao estudo da Metodologia Científica. Inezil Penna Marinho, s/d, p. 86 e 87) 

3. O conceito moderno de método ocorre quando se cumpre ou se propõe a cumprir as seguintes etapas:
          1 - descobrimento do problema (ou lacuna)
          2 - colocação precisa do problema
          3 - procura de conhecimentos ou instrumentos ou relevantes ao problema
          4 - tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identifiados
          5 - invenção de novas ideias (hipóteses, teorias ou técnicas) ou produção de novos dados empíricos
          6 - obtenção de uma solução (exata ou aproximada) do problema
          7 - investigação das consequências da solução obtida
          8 - prova (comprovação) da solução
          9 - correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na obtenção da solução incorreta.
(Metodologia Científica. Eva Maria Lakatos; Marina de Andrade Marconi, 1986, p. 46)

4. As as regras anotadas por DESCARTES, no seu Discurso do método, são estas:
a) Não aceitar nada como verdadeiro enquanto não se conheça evidentemente como tal. — É a evidência posta como critério, isto é, como caráter distintivo da verdade.
 b) Dividir cada dificuldade em tantas parcelas quantas possíveis e necessárias para melhor resolvê-las. — É a regra da análise.
 c) Conduzir por ordem os pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos. — É a regra da síntese.
 d) Fazer sempre recenseamentos tão completos e revistas tão gerais, que se fique seguro de nada ter omitido. — É a condição comum e garantida da análise e da síntese.

5. Os caldeus, os cretenses, os indianos, os matemáticos de Alexandria, os filósofos jônios, que além de investigações racionais sobre o universo, realizaram progressos tecnológicos. Esses últimos inspiraram os gregos, que se tornaram seus herdeiros intelectuais. (Fundamentação da Ciência Espírita. Carlos F. Loeffler, 2005, p. 57)

6. Há um interesse da ciência em encontrar nos fenômenos que estuda as seguintes características:
          - inteligibilidade: capacidade de ser compreendido e criticado intelectualmente;
          - universalidade: ter generalidade, amplitude e profundidade;
          - simplicidade: abarcar ideias de economia e racionalidade;
          - similaridade: possuir uma parecença com outras formas de manifestação;
          - ordenação: poder ser organizado e descrito segundo relações claras, as leis;
          - regularidade: haver periodicidade ou previsibilidade em suas ocorrências.
(Fundamentação da Ciência Espírita. Carlos F. Loeffler, 2005, p. 84)

7. A ciência espírita também se fundamenta em paradigmas que, enquanto não forem desmentidos pelas pesquisas, continuarão servindo de base para toda a dourina: existência de uma causa primária, sobrevivência da alma, comunicabilidade entre os planos extrafísicos, reencarnação e pluralidade dos mundos habitados.

Cabe observar que desde muito tempo as constantes descobertas da ciência somente têm ratificado os paradigmas espíritas, reforçando-os e, sem dúvida, até ampliando os conceitos basilares de Kardec, mas de modo algum os têm destruído.
(Fundamentação da Ciência Espírita. Carlos F. Loeffler, 2005, p. 94)

8. Parece-me que a lição principal a ser tirada dessas análises é que temos de renunciar, de uma vez por todas, ao ideal tradicional do conhecimento universal e certo sobre o mundo. Todas as nossas afirmações universais sobre a natureza são irredutivelmente falíveis. Nenhum conhecimento científico minimamente complexo para envolver leis não pode ser dito provado, no sentido estrito do termo. (Algumas observações sobre o “método científico”. Silvio Seno Chibeni, Notas de aula, 2006)

9. Examinar com rigor a linguagem dos espíritos comunicantes, submetê-los a testes de bom senso e conhecimento, verificar a relação de realidade dos conceitos por eles enunciados (relação do seu pensamento com os fatos, as coisas e os seres), enquadrar os seus ensinos e revelações no contexto cultural da época, verificando o alcance abusivo ou não das afirmações mais audaciosas.
(O joio e o trigo. Na hora do toque. J. Herculano Pires)
CAIXA DE FERRAMENTAS

Cadernos de leituras espíritas
 
FILOSOFIA
♦ Para acessar a PARTE 1, clique aqui
♦ Para acessar a PARTE 2, clique aqui
♦ Para acessar a PARTE 3, clique aqui

CIÊNCIA
♦ Para acessar a PARTE 1, clique aqui
♦ Para acessar a PARTE 2, clique aqui
♦ Para acessar a PARTE 3, clique aqui

Materiais doutrinários espíritas

- Introdução à Filosofia Espírita - Herculano Pires - aqui
- Os filósofos - Herculano Pires - aqui
- EADE 5 - Filosofia e Ciências Espíritas - FEB - aqui
Curso de Introdução à Filosofia Espírita - Sérgio B. Gregório -  aqui
- Apostila Espiritismo e Ciência - Alexandre F. da Fonseca - aqui
- Fundamentação da Ciência Espírita - C. F. Loeffler - aqui

Materiais de filosofia

- Dicionário de Filosofia - aqui
- Dicionário de Filosofia (Só Filosofia) - aqui
- Glossário de Filosofiaaqui

- Educação UOL - aqui
- Só Filosofia - aqui
- Superinteressante - aqui

E-books didáticos e de divulgação

- Filosofia (Ensino Médio) - SEED - PR - aqui
- Antologia de Textos Filosóficos - SEED - PR - aqui
- Metodologia Científica - Maria C. P. Bastos - Daniela V. Ferreira - aqui
- Metodologia do Trabalho Científico - Cleber Cristiano Prodanov - Ernani Cesar de Freitas - Feevale - aqui

Dicionários e outros

- Dicionário Michaelis on-lineaqui
- Dicionário analógico AULETEaqui
- Conjugador verbalaqui
- Vocabulário Ortográfico ABLaqui
- Palavras compostasaqui
CITAÇÕES E TRANSCRIÇÕES

As citações e/ou transcrições de passagens de textos, com a devida identificação de autor/editor, foram feitas para fins de estudo da Filosofia Espírita, e cada uma delas está vinculada a um exercício, ou a um teste, ou a uma análise de texto, ou a uma reflexão doutrinária, histórica ou filosófica do Espiritismo. 
(LDA - 9.610/1998 art. 46, III)
 

ÍNDICE DO RLE - ELEMENTOS DE FILOSOFIA E CIÊNCIA ESPÍRITAS

No Módulo - Apresentação, você tem todos os módulos deste treinamento, com os respectivos links.

- Clique aqui


Materiais e métodos
Apresentação do estudo
1 - Metodologia de ensino-aprendizagem
2 - Textos para estudo

Módulos de leitura/estudo
3 - Introdução à Filosofia
4 - O Espiritismo na história da Filosofia
5 - Noções de Teoria do Conhecimento
6 - Noções de Metodologia Científica - esta página
7 - Noções de Filosofia das Ciências
8 - Noções de Ciência Espírita
9 - Noções de Filosofia Espírita
10 - Espiritismo e outras Ciências
11 - Tríplice Aspecto do Espiritismo
12 - Programa de Filosofia Espírita
 
 
 
ALGuimaraes
Enviado por ALGuimaraes em 23/01/2020
Alterado em 26/01/2020
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APRENDIZADO ESPÍRITA   

 O CONTEXTO

A - Introdução ao Aprendizado Espírita ( IAP)
B - O que é Espiritismo (OQE)
C - Espiritismo em tom de conversa (ETC)


    A PREPARAÇÃO

D - Planejamento e Organização Pessoal (POP)
E - Estudo Pessoal do Espiritismo (EPE)


     AS TÉCNICAS E FERRAMENTAS

F - Aprendizado Didático de Espiritismo (ADE)
G - Comunicação na Casa Espírita (CCE)
H - Técnicas de Ensino e Aprendizagem (TEA)
I - Metodologia e Pesquisas Espíritas (MPE)
J - Direção da Casa Espírita (DCE)


     OS OBJETIVOS

K - Trabalhadores da Casa Espírita (TCE)
L - Qualidade da Prática Doutrinária (QPD)
M - Gestão do Conhecimento Espírita (GCE)
N - Formação de Formadores Espíritas (FFE)

ONDE ENCONTRO
Falar em público
Informações sobre Kardec

Obras Espíritas de Referência
Pesquisa bibliográfica espírita
A Revista Espírita de Allan Kardec
Planificação e Elaboração de Palestras
Ferramentas para estudar e divulgar o Espiritismo
Orientações a Trabalhadores e Atividades Espíritas

ESTUDOS ESPÍRITAS
EVANGELHO E ESPIRITISMO
FILOSOFIA E ESPIRITISMO
CIÊNCIA E ESPIRITISMO

ÍNDICE GERAL DO SITE
TÓPICOS ESPECIAIS
ÍNDICE DOS MÓDULOS

 
Espaço Francisco de Paula Vítor
Espaço S. E. Bezerra de Menezes

 No site O CONSOLADOR
  Curso a distância - Elementos de Filosofia e Ciência Espíritas
 
  Novas informações históricas sobre o Espiritismo
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